á noite faço tertúlias

Á noite, quando bate aquela hora de fechar os olhos e tentar dissipar todos os tormentos do fatídico dia-a-dia, a minha cabeça parece ir buscar todas as duvidas, todos os medos, todas as preocupações e começa mais uma vez a tertúlia de mim para comigo mesma.
"Talvez se lhe falar desta maneira, diga que sim. Mas se falar assim não serei eu, então mais vale estar quieta."
"Eia, e lançar o projecto e correr bem, depois mais ninguém me segura!"
Tudo o que fica - ou melhor, que tento que fique - reprimido durante o dia, á noite parece que assoma á lembrança e ali fico eu, um par de horas a debater comigo tudo aquilo que outrora já tentei debater mas que não fica resolvido.
Á noite especulo como seria se tivesse feito tudo de maneira diferente, imagino cenários possíveis ou impossíveis dependendo do estado de espírito.
Batalhas constantes entre neurónios que eu própria jurara já ter perdido e que á noite voltam para me baralharem e me deixarem sem dormir.
Á noite, quando não existe mais nenhum som a não ser o da minha mente, construo os maiores sonhos, as maiores batalhas e de manhã quando acordo já nada disto é verdadeiro e real, não passam apenas de pensamentos descabidos.